29 de mai. de 2014



A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), em parceria com a CNBB e outras entidades, promove no dia 11 de junho, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), a caminhada “Jogue a favor da vida – denuncie o tráfico de pessoas”. O evento, que terá início às 19 horas, tem como objetivo fazer memória das vítimas do tráfico de pessoas e da escravidão moderna.
 A caminhada é uma das ações da campanha “Jogue a favor da vida – denuncie o Tráfico de Pessoas”, lançada na sede da CRB, em Brasília, no último dia 14, e no Vaticano, no dia 20. A Rede um Grito pela Vida, da CRB Nacional, é responsável pela iniciativa, que busca alertar a sociedade dos riscos de crescimento da exploração sexual, do tráfico de pessoas e da escravidão moderna durante a Copa do Mundo.
Além da CNBB, também fazem parceria com a Conferência dos Religiosos do Brasil na organização da caminhada, a arquidiocese de Brasília (DF), as Pontifícias Obras Missionárias (POM), o Centro Cultural Missionário (CCM), a Comunidade de Vida Cristã (CVX), a Cáritas Brasileira, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), a Ação Episcopal Alemã Adveniat e outras entidades.
São esperados religiosos, religiosas, sacerdotes, fiéis católicos e de outras igrejas cristãs, agentes de pastorais e movimentos, além dos bispos que estarão participando da reunião do Conselho Permanente da CNBB.

24 de mai. de 2014

Visita da Escola Vivencial de Formação GED Aracaju-SE ao Setor de Capela dia 22/5/14 
Tema da palestra: "Discipulado: formação de discípulos"

Local: Clube de Mães de Capela

"O Amor de Cristo nos impulsiona! (2 Cor 5,14)


Parabéns aos participantes membros dos Grupos MCC do Setor Capela, coordenado por Edna.
Presenças de: Otacílio (EVF), Carlinhos dos Santos Dumont (coordenador GED Aracaju), Gileno (tesoureiro).

16 de mai. de 2014



TEMA: FORMAÇÃO DOS DISCÍPULOS PARA UM NOVO PENTECOSTES

Data: 18 de maio de 2014 - Horário: 7:30 às 17h
Local: Seminário Menor  - Bairro Industrial - Aju-SE

 Lema: “... Recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas... até os confins da terra”.

Participe e testemunhe a comunhão da comunidade Decolores!

14 de mai. de 2014

Irmãos Decolores, 


Ontem (13 de maio 2014) o Espírito Santo nos impulsionou a iniciarmos o GRUPO MCC PIRUNGA do Setor de Capela, sob a coordenação de Jucimar. 

Rezemos pelos neocursilhistas que iniciam a missão. 


13 de mai. de 2014

O Papa Francisco pede às paróquias “abrir as portas e deixar que Jesus possa sair”
Vaticano, 05 Mai. 14 - Ao receber neste sábado em audiência na Sala Paulo VI cerca de sete mil membros da Ação Católica Italiana, por ocasião do término de sua XV Assembléia Nacional, o Papa Francisco pediu que as paróquias abram as suas portas para que “Jesus possa sair” e alentou os leigos a “permanecer em Jesus, ir até os limites e viver a alegria da pertença cristã”.
O Santo Padre assinalou que a alegria pascal é a alegria “dos discípulos no encontro com Cristo ressuscitado e esta alegria precisa ser interiorizada, dentro de um estilo evangelizador capaz de incidir na vida”.
“No atual contexto social e eclesial, vocês, leigos da Ação Católica, são chamados a renovar a ação missionária, aberta aos horizontes que o Espírito indica à Igreja, como expressão de uma nova juventude do apostolado laical. Esta é uma escolha missionária: tudo em chave missionária”.
O Papa assinalou que esta escolha missionária é necessária “principalmente as paróquias, especialmente aquelas marcadas pelo cansaço e a teimosia, e há tantas. Paróquias cansadas, paróquias fechadas”.
“Quando eu cumprimento as secretárias paroquiais, pergunto-lhes: mas você é secretária daquelas que abrem a porta ou daquelas que fecham a porta? Estas paróquias precisam do seu entusiasmo apostólico, da sua plena disponibilidade e do seu serviço criativo”.
Francisco destacou que as paróquias devem “abrir as portas e deixar que Jesus possa sair. Tantas vezes temos Jesus preso nas paróquias conosco e nós não saímos e não deixamos que Ele saia!”.
“Abrir as portas para que Ele saia, pelo menos Ele! Trata-se de uma Igreja ‘em saída’: sempre uma Igreja em saída”.
O Papa lhes propôs “três atitudes” aos membros da Ação Católica, “que podem constituir, para todos vocês, um pedaço do caminho”.
“O primeiro é: permanecer. Mas não permanecer fechados, não. Permanecer, em que sentido? Permanecer com Jesus, permanecer gozando de sua companhia. Para ser anunciadores e testemunhas de Cristo se precisa permanecer, sobretudo, próximos a Ele”.
Francisco indicou que “é a partir do encontro com Aquele que é nossa vida e nossa alegria, que nosso testemunho adquire, cada dia, um novo significado e uma força nova. Permanecer em Jesus, permanecer com Jesus”.
A segunda atitude, disse, é “ir. Por favor, jamais uma Ação Católica imóvel. Não deter-se: avançar!”.
“Ir pelas ruas de suas cidades e de seus países e anunciar que Deus é Pai e que Jesus Cristo os fez conhecer, e por isso sua vida mudou: pode-se viver como irmãos, levando dentro uma esperança que não desilude”.
O último verbo, disse o Papa, é “alegrar-se. Alegrar-se e exultar sempre no Senhor. Ser pessoas que cantam à vida, que proclamam a fé”.
“Isto é importante: não só recitar o Credo, recitar a fé, conhecer a fé: proclamar a fé. Dizer a fé, viver a fé com alegria se chama ‘cantar a fé’, e isto não sou só eu que o digo. Isto o disse faz 1600 anos Santo Agostinho: cantar a fé. Pessoas capazes de reconhecer os próprios talentos e os próprios limites, que sabem ver nas próprias jornadas, também naquelas mais escuras, os sinais da presença do Senhor”.
O Papa indicou que “com estes três comportamentos, permanecer em Jesus, ir aos limites e viver a alegria da pertença cristã, poderão levar adiante sua vocação e evitar a tentação da ‘quietude’, que não tem nada a ver com o permanecer em Jesus, evitar a tentação da teimosia e aquela do intimismo…”.
“E também evitar a tentação da seriedade formal. Com este permanecer em Jesus, ir aos limites, viver a alegria evitando estas tentações, evitarão de levar adiante uma vida mais parecida com estátuas de museu que de pessoas chamadas por Jesus a viver e a difundir a alegria do Evangelho”.
Francisco alentou a pedir ao Senhor “para cada um de nós, olhos que saibam ver além da aparência, ouvidos que saibam ouvir os gritos, sussurros e também os silêncios, mãos que saibam sustentar, abraçar, cuidar”.
“Peçamos, sobretudo, um coração grande e misericordioso, que deseja o bem e a salvação de todos”.

“Agradeço-lhes porque sei que rezam por mim”, disse-lhes, para logo convidá-los a “rezar à Virgem, que é nossa Mãe, e que nos acompanhará neste caminho. A Virgem sempre seguia Jesus, até o final: acompanhava-o”.

8 de mai. de 2014

Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicada nesta quinta-feira, a mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 11 de maio de 2014, IV Domingo de Páscoa. O tema é: “Vocações, testemunho da verdade”. Publicamos a seguir o texto da mensagem na íntegra:

Amados irmãos e irmãs!
1. Narra o Evangelho que «Jesus percorria as cidades e as aldeias (…). Contemplando a multidão, encheu-Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”» (Mt 9, 35-38). Estas palavras causam-nos surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que «a messe é grande». Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a acção eficaz, que é causa de «muito fruto», deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15, 5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. São Paulo, que foi um destes «colaboradores de Deus», trabalhou incansavelmente pela causa do Evangelho e da Igreja. Com a consciência de quem experimentou, pessoalmente, como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e como a iniciativa da graça está na origem de toda a vocação, o Apóstolo recorda aos cristãos de Corinto: «Vós sois o seu [de Deus] terreno de cultivo» (1 Cor 3, 9). Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele.

2. Muitas vezes rezamos estas palavras do Salmista: «O Senhor é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sal 100/99, 3); ou então: «O Senhor escolheu para Si Jacob, e Israel, para seu domínio preferido» (Sal 135/134, 4). Nós somos «domínio» de Deus, não no sentido duma posse que torna escravos, mas dum vínculo forte que nos une a Deus e entre nós, segundo um pacto de aliança que permanece para sempre, «porque o seu amor é eterno!» (Sal 136/135, 1). Por exemplo, na narração da vocação do profeta Jeremias, Deus recorda que Ele vigia continuamente sobre a sua Palavra para que se cumpra em nós. A imagem adoptada é a do ramo da amendoeira, que é a primeira de todas as árvores a florescer, anunciando o renascimento da vida na Primavera (cf. Jr 1, 11-12). Tudo provém d’Ele e é dádiva sua: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, mas – tranquiliza-nos o Apóstolo – «vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 23). Aqui temos explicada a modalidade de pertença a Deus: através da relação única e pessoal com Jesus, que o Baptismo nos conferiu desde o início do nosso renascimento para a vida nova. Por conseguinte, é Cristo que nos interpela continuamente com a sua Palavra, pedindo para termos confiança n’Ele, amando-O «com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças» (Mc 12, 33). Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É «um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs» (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de Maio de 2013). Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1 Ped 3, 15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo. Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projecto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.

3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que «são espírito e são vida» (Jo6, 63). Maria, Mãe de Jesus e nossa, repete também a nós: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2, 5). Far-vos-á bem participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que «por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35)?

4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap.
 Novo millennio ineunte, 31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós. O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13, 19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cómodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. «Nós, cristãos, não somos escolhidos pelo Senhor para coisas pequenas; ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jogai a vida por grandes ideais!» (Homilia na Missa para os crismandos, 28 de Abril de 2013). A vós, Bispos, sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs, peço que orienteis a pastoral vocacional nesta direcção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, «exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31).

Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há-de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.


Vaticano, 15 de Janeiro de 2014 [Franciscus]

Irmãos Decolores, 

Ontem (7 de maio 2014) o Espírito Santo nos impulsionou a iniciarmos o GRUPO MCC MUSSUCA QUILOMBOLA (Laranjeiras-SE). 


As reuniões serão inicialmente mensais na 1ª quarta-feira de cada mês. 

Rezemos pelos neocursilhistas que iniciam a missão. 

2 de mai. de 2014

Durante a primeira coletiva de imprensa da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, foi divulgada nota por ocasião do Dia do Trabalhador. No texto, o episcopado brasileiro reconhece os avanços conquistados pela classe trabalhadora, mas também pontua os desafios que ainda persistem neste campo. A CNBB se faz solidária aos trabalhadores, manifestando apoio às suas lutas e reivindicações.
“A nota sublinha situações que depõem contra a dignidade dos trabalhadores quando fala de um salário mínimo que ainda é baixo, mesmo reconhecendo que houve uma melhora. Também chama a atenção para as situações precárias de trabalho, o desemprego forçado e lembra dos imigrantes que estão chegando ao nosso país” explica o arcebispo de Mariana (MG), dom Geraldo Lyrio Rocha, durante a entrevista coletiva.
No texto consta, ainda, a palavra deixada aos trabalhadores por São João Paulo II em visita a São Paulo no dia 3 de julho de 1980. Além disso, fala as mortes decorrentes das obras da Copa do Mundo.
Dom Geraldo Lyrio Rocha explicou que é tradição da CNBB divulgar uma mensagem voltada aos trabalhadores sempre que a Assembleia ocorre no dia 1º de maio, e considera que a reflexão apresentada hoje traz pontos de “máxima relevância e de extraordinária atualidade”.
A mensagem oficial pelo Dia do Trabalhador é assinada pelo arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis; pelo arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente, dom José Belisário Silva; e pelo bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral, dom Leonardo Steiner.
Confira abaixo a mensagem na íntegra
Nota da CNBB por ocasião do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora
Reunidos na 52ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, de 30 de abril a 9 de maio de 2014, em Aparecida-SP, nós, os bispos do Brasil, dirigimos esta mensagem de esperança aos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros na comemoração de seu dia neste 1º de Maio. Ao saudá-los, pedimos que estejam com vocês a graça e a paz de Cristo Ressuscitado, o Filho do Carpinteiro, a quem confiamos a vida, a luta, os sonhos e as utopias de todos vocês.
O Dia do Trabalhador e da Trabalhadora é ocasião propícia para recordar que o trabalho “constitui uma dimensão fundamental da existência humana sobre a terra” (Laborem Exercens, 4). Vocês, trabalhadores e trabalhadoras, “conhecem a dignidade e a nobreza do próprio trabalho, vocês que trabalham para viver melhor, para ganhar para suas famílias o pão de cada dia, vocês que se sentem feridos na sua afeição de pais e de mães ao verem filhos mal alimentados, vocês que ficam tão contentes e orgulhosos quando lhes podem oferecer uma mesa farta, quando podem vesti-los bem, dar-lhes um lar decente e aconchegante, dar-lhes escola e educação em vista de um futuro melhor. O trabalho é um serviço a suas famílias, e a toda a cidade, um serviço no qual o próprio homem cresce na medida em que se dá aos outros” (São João Paulo II aos trabalhadores em São Paulo, 3 de julho de 1980).
Assegurar trabalho decente a todos, com condições dignas para exercê-lo e com justa remuneração, é responder a esta vocação que faz do homem e da mulher colaboradores de Deus na obra da criação. Assim, constitui sinal de esperança constatar a queda do desemprego em nosso país, bem como o aumento dos salários e a ascensão social de milhares de trabalhadores.
Reconhecemos, no entanto, a permanência de situações que depõem contra a dignidade dos trabalhadores. O salário mínimo ainda é muito baixo e se mantém distante do valor digno preconizado pela nossa Constituição. A disparidade salarial entre os que exercem a mesma função também é uma triste realidade em nosso país quando se observa o fator gênero e raça.
Persistem igualmente situações de trabalho precário e de desemprego disfarçado, em que pessoas entram nas estatísticas como ocupadas, quando, na verdade, estão inseridas no mercado informal à procura de novas e melhores ocupações. Esta realidade tem atingido a maioria dos nossos jovens. Acrescente-se também o trabalho escravo que vitima milhares de pessoas em todas as regiões do país, bem como as más condições laborais a que são submetidos muitos trabalhadores imigrantes, conforme denúncia da Campanha da Fraternidade 2014.
O Brasil tem uma das taxas de rotatividade no trabalho mais altas do mundo. Preocupa-nos o crescimento vertiginoso dos acidentes de trabalho e das doenças ocupacionais. Confirmam isso as recentes mortes de operários nas obras da Copa. A essas se somam as inúmeras mortes de trabalhadores que ficam no anonimato pelo país.
Outra realidade inquietante é a expansão da terceirização do trabalho no Brasil. Estudos do DIEESE (2011) revelam que o trabalhador terceirizado fica 2,6 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de trabalho de três horas a mais e ganha 27% menos. A cada dez acidentes de trabalho, oito ocorrem entre terceirizados. A aprovação do Projeto de Lei 4.330, que regulamenta a prática da terceirização no país, poderá aumentar a precarização no mundo do trabalho.
A redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem diminuição do salário é uma justa reivindicação dos trabalhadores que não pode mais ser protelada. Da mesma forma, a regulamentação da ‘PEC das domésticas’ é uma urgência que colocará fim a esta dívida social da nação brasileira. O mesmo se diga em relação aos aposentados que, após doarem sua vida com seu trabalho, são prejudicados com perdas na aposentadoria que lhes tiram o direito a uma vida tranquila e segura. Rever o fator previdenciário é demonstração de respeito e de reconhecimento aos aposentados.
Lembramos estas situações no Dia do Trabalhador e da Trabalhadora para chamar a atenção da sociedade brasileira para seu compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras com quem a CNBB se faz solidária, manifestando apoio às suas lutas e reivindicações. Anime a esperança de nossos trabalhadores e trabalhadoras a palavra de Cristo: “tenham coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33).
A todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, nossa especial e carinhosa bênção. O operário São José alcance de seu Filho, Jesus Cristo, proteção e graça para todos.
Aparecida-SP, 1º de maio de 2014
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB
Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice Presidente da CNBB
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB