O Papa Francisco pede às paróquias “abrir as portas
e deixar que Jesus possa sair”
Vaticano, 05
Mai. 14 - Ao receber neste sábado em audiência na Sala Paulo VI cerca de sete
mil membros da Ação Católica Italiana, por ocasião do término de sua XV
Assembléia Nacional, o Papa Francisco pediu que as paróquias abram as suas
portas para que “Jesus possa sair” e alentou os leigos a “permanecer em Jesus,
ir até os limites e viver a alegria da pertença cristã”.
O Santo
Padre assinalou que a alegria pascal é a alegria “dos discípulos no encontro
com Cristo ressuscitado e esta alegria precisa ser interiorizada, dentro de um
estilo evangelizador capaz de incidir na vida”.
“No atual
contexto social e eclesial, vocês, leigos da Ação Católica, são chamados a
renovar a ação missionária, aberta aos horizontes que o Espírito indica à Igreja, como expressão de uma nova
juventude do apostolado laical. Esta é uma escolha missionária: tudo em chave
missionária”.
O Papa
assinalou que esta escolha missionária é necessária “principalmente as
paróquias, especialmente aquelas marcadas pelo cansaço e a teimosia, e há
tantas. Paróquias cansadas, paróquias fechadas”.
“Quando eu
cumprimento as secretárias paroquiais, pergunto-lhes: mas você é secretária
daquelas que abrem a porta ou daquelas que fecham a porta? Estas paróquias
precisam do seu entusiasmo apostólico, da sua plena disponibilidade e do seu
serviço criativo”.
Francisco
destacou que as paróquias devem “abrir as portas e deixar que Jesus possa sair.
Tantas vezes temos Jesus preso nas paróquias conosco e nós não saímos e não
deixamos que Ele saia!”.
“Abrir as
portas para que Ele saia, pelo menos Ele! Trata-se de uma Igreja ‘em saída’:
sempre uma Igreja em saída”.
O Papa lhes
propôs “três atitudes” aos membros da Ação Católica, “que podem constituir,
para todos vocês, um pedaço do caminho”.
“O primeiro
é: permanecer. Mas não permanecer fechados, não. Permanecer, em que sentido?
Permanecer com Jesus, permanecer gozando de sua companhia. Para ser
anunciadores e testemunhas de Cristo se precisa permanecer, sobretudo, próximos
a Ele”.
Francisco
indicou que “é a partir do encontro com Aquele que é nossa vida e nossa alegria,
que nosso testemunho adquire, cada dia, um novo significado e uma força nova.
Permanecer em Jesus, permanecer com Jesus”.
A segunda
atitude, disse, é “ir. Por favor, jamais uma Ação Católica imóvel. Não
deter-se: avançar!”.
“Ir pelas
ruas de suas cidades e de seus países e anunciar que Deus é Pai e que Jesus
Cristo os fez conhecer, e por isso sua vida mudou: pode-se viver como irmãos,
levando dentro uma esperança que não desilude”.
O último
verbo, disse o Papa, é “alegrar-se. Alegrar-se e exultar sempre no Senhor. Ser
pessoas que cantam à vida, que proclamam a fé”.
“Isto é
importante: não só recitar o Credo, recitar a fé, conhecer a fé: proclamar a
fé. Dizer a fé, viver a fé com alegria se chama ‘cantar a fé’, e isto não sou
só eu que o digo. Isto o disse faz 1600 anos Santo Agostinho: cantar a fé.
Pessoas capazes de reconhecer os próprios talentos e os próprios limites, que
sabem ver nas próprias jornadas, também naquelas mais escuras, os sinais da
presença do Senhor”.
O Papa
indicou que “com estes três comportamentos, permanecer em Jesus, ir aos limites
e viver a alegria da pertença cristã, poderão levar adiante sua vocação e
evitar a tentação da ‘quietude’, que não tem nada a ver com o permanecer em
Jesus, evitar a tentação da teimosia e aquela do intimismo…”.
“E também
evitar a tentação da seriedade formal. Com este permanecer em Jesus, ir aos
limites, viver a alegria evitando estas tentações, evitarão de levar adiante
uma vida mais parecida com estátuas de museu que de pessoas chamadas por Jesus
a viver e a difundir a alegria do Evangelho”.
Francisco
alentou a pedir ao Senhor “para cada um de nós, olhos que saibam ver além da
aparência, ouvidos que saibam ouvir os gritos, sussurros e também os silêncios,
mãos que saibam sustentar, abraçar, cuidar”.
“Peçamos,
sobretudo, um coração grande e misericordioso, que deseja o bem e a salvação de
todos”.
“Agradeço-lhes
porque sei que rezam por mim”, disse-lhes, para logo convidá-los a “rezar à
Virgem, que é nossa Mãe, e que nos acompanhará neste caminho. A Virgem
sempre seguia Jesus, até o final: acompanhava-o”.