Urgências

=>Discípulo-missionário

O Documento de Aparecida convoca a Igreja da América Latina e do Caribe a iniciar, com renovado ardor e entusiasmo, um caminho novo, centrado na vocação fundamental de todo o cristão: ser discípulo missionário de Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida. Destaca a iniciação cristã como a “maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado”.
E afirma que “ser discípulo é dom destinado a crescer”, por isso, salienta a importância do ”itinerário catequético permanente”.

Neste momento de encruzilhada da história, caracterizado por profundas e rápidas transformações em todos os campos do saber e da atividade humana, algumas questões fundamentais nos desfiam: como fazer da catequese um verdadeiro caminho de discipulado?
Ou ainda podemos nos perguntar: será que a nossa catequese é um verdadeiro caminho de discipulado? Quais as novas linguagens que precisamos utilizar para que o seguimento de Jesus e o caminho de discipulado sejam significativos e portadores de vida nova para os catequizando?


São perguntas complexas e abrangentes. Não pretendemos dar respostas prontas e acabadas, mas apenas oferecer algumas indicações para suscitar a reflexão, sem ter pretensão de esgotar o assunto.


=>Documento 94 da CNBB

DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL 2011-2015 – DGAE 
Resumo prático

I – CINCO URGÊNCIAS QUE DEVEM SER VISTAS AO MESMO TEMPO E NA TOTALIDADE.

1) Igreja em estado permanente de missão: Quem se apaixona por Jesus Cristo deve igualmente transbordar Jesus Cristo no testemunho e no anúncio explícito de sua Pessoa e Mensagem.

2) Igreja casa da iniciação à vida cristã: “Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carceireiro e a todos da sua casa. E, imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares”. Atos 16,32 ss

3) Igreja é lugar de animação bíblica da vida e da pastoral: lugar onde descobrimos o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus, lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo.

4) Igreja Comunidade feita por comunidades: deve ser uma rede de comunidades; entre elas, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e outras formas de novas comunidades, cada uma vivendo seu carisma, assumindo a missão evangelizadora de acordo com a realidade local e se articulando de modo a testemunhar a comunhão na pluralidade.

5) Igreja a serviço da vida plena para todos, segundo João 10,10: pessoas abandonadas, excluídas, ignoradas em sua miséria e dor. Isso contraria o projeo do Pai e nos desafia amaior compromisso a favor da cultura e da vida.


II – O QUE FAZER?

1 – A IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO

·       Dar testemunho: a própria comunidade deve ser o anúncio, irradiando a presença de Jesus Cristo.
·       O anúncio explícito, além do testemunho, pela pregação do Evangelho;
·       Buscar os grupos que têm pouco vínculo com a Igreja;
·       Fazer missões populares, visitando locais de trabalho, moradias de estudantes, favelas, cortiços, alojamento de trabalhadores, instituições de saude, assentamentos, prisões, albergues, moradores de rua. A pastoral da visitação poderia organizar esse serviço.

2 – IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

·       Catequese catecumenal (Batismo, crisma, 1ª comunhão) continuada, sempre, e não apenas na ocasião dos sacramentos;
·       Não ensinar apenas a doutrina, mas uma formação integral à vida cristã, com a inspiração bíblica, catequética e litúrgica.
·       Valorizar, estimular e purificar as manifestações da piedade popular católica, como terços, procissões, novenas, bênçãos festas;
·       Atendimento personalizado, diálogo interpessoal, valorizando e respeitando a liberdade de cada um. As pessoas buscam em primeiro lugar não a doutrina, mas o encontro pessoal fraterno e acolhedor (aliás, como o sabem bem fazer muitas denominações religiosas não católicas);
·       Qua não haja imposição, mas persuasão, por meio do testemunho de vida e argumentação sincera e rigorosa;
·       O Espírito santo nos precede no anúncio da Boa Nova e é o protagonista da Evangelização.
·       Formação integral de leigos, para serem discípulos missionários: Fé e vida, encontro com Jesus Cristo, a conversão, o discipulado, a comunhão (estar unido a todos) e a missão. Não se reduz a cursos, mas exige também a vivência comunitária, a participação em celebrações e encontros, a interação com os meios de comunicação, a inserção nas diferentes atividades pastorais e espaços de capacitação, movimentos e associações.

3 – IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL
·       Possuir, ler e estudar a bíblia. Aprendizagem de como lê-la;
·       A interpretação adequada dos textos bíblicos e empregá-los como mediação de diálogo com Jesus Cristo. Capacitação bíblica.
·       Equipes de animação bíblica: retiros, cursos, encontros, subsídios para a leitura individual, familiar e em pequenos grupos.
·       Grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas comunidades em torno à meditação e vivência da Palavra, em relação ao seu contexto social.
·       Uso dos meios de comunicação social, incluindo a Internet, embora o encontro pessoal permaneça insubstituível.
·       A leitura orante da Bíblia: LEITURA, MEDITAÇÃO, ORAÇÃO, CONTEMPLAÇÃO, AÇÃO (o leitor pode ver no índice um texto especial sobre esse tipo de oração, à direita desta folha).
·       Formação continuada dos ministros e ministras da Palavra, que devem saber ler bem.

4 – IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES

·       O diálogo entre as comunidades para haver perfeita comunhão, educação para a vivência da unidade na diversidade.
·       Setorização da paróquia em unidades territoriais menores, com equipes próprias de animação e coordenação que permitam maior proximidade com as pessoas e grupos que vivem na região: além das CEBs, outras formas de pequenas comunidades, de redes de comunidades, de movimentos, grupos de vida, de oração e de reflexão da Palavra de Deus.
·       Para isso é preciso:
·       a) diversificar os ministérios leigos. Abrir espaço para eles;
·       b) aproveitar de modo inteligente o carisma da vida consagrada;
·       c) comissões, assembleias paroquiais, conselhos;
·       d) pastoral orgânica e de conjunto: planejamento com a participação de todos os membros da comunidade eclesial na projeção da ação, tanto no processo de discernimento como na tomada de decisão;
·       As paróquias irmãs.

5 – IGREJA A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA TODOS

·       Práticas que ajudem a vida a desabrochar e florescer em toda a sua plenitude;
·       Por meio de uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral, defender, cuidar e promover a vida em todas as suas expressões;
·       A dignidade da pessoa humana:
·       a) defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural;
·       b) tratar o ser humano como fim e não como meio, respeitando-o em tudo que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade;
·       c) tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação, acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa, tendo presentes as condições materiais e o contexto histórico, social, cultural em que cada pessoa vive;
·       Pastoral familiar intensa, vigorosa e frutuosa;
·       maior atenção às crianças, aos adolescentes e aos jovens;
·       presença na vida dos trabalhadores e trabalhadoras,nos seus lugares de trabalho, sindicatos, associações de classe e no lazer, de modo evangélico;
·       lutar contra o desemprego e o subemprego;
·       atender os migrantes de modo geral e atentar para as explorações que sofrem.
·       Promover uma sociedade que respeite as diferenças, combatendo o preconceito e a discriminação nas diversas esferas, efetivando a convivência pacífica das várias etnias, culturas e expressões religiosas, o respeito das legítimas diferenças;
·       inclusão social e o reconhecimento dos direitos das populações indígena e africana;
·       a preservação da natureza e o cuidado com a ecologia humana;
·       preservação da água, do solo e do ar. Desenvolvimento sustentável;
·       participação social e política dos cristãos leigos nos diversos níveis e instituições, com formação plena e ações concretas;
·       buscar políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos, segundo a Doutrina Social da Igreja. Dar atenção especial à pastoral carcerária;
·       formação de pensadores e pessoas que estejam em níveis de decisão: evangelizar o mundo universitário; o mundo da comunicação, o mundo empresarial, político e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitários, disponibilizando e formando pessoas que se dediquem a ser presença significativa nestes meios; também a pastoral da cultura;
·       evangelização que aproxime a fé e a razão, através do diálogo atento, atualizado e corajoso com as pessoas de hoje;
·       adesão intelectual à Revelação;
·       conhecimento e aplicação da Doutrina Social da Igreja;

III – INDICAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO

PASSOS METODOLÓGICOS
1º PASSO: Onde estamos

2º PASSO: Onde precisamos estar. Esses serviços se devem dar no âmbito da pessoa, no âmbito da comunidade, no âmbito da sociedade:

a) Serviço da Palavra
b) Serviço da Liturgia
c) Serviço da Caridade
  1.  
3º PASSO: Nossas urgências pastorais (confira no número I)

4º PASSO: O que queremos alcançar;

5º PASSO: Como vamos agir;

6º PASSO: O que vamos fazer (Programação, que é muito mais do que um cronograma de ações).

7º PASSO: A renovação das estruturas (da própria Igreja): Ação (assembléias e conselhos), Mecanismos de coordenação (das equipes de coordenação de âmbitos eclesiais e de serviços específicos) e dos primeiros responsáveis (bispo, pároco, coordenadores); renovação da paróquia (atitude que deve ser constante).

Conheça o Documento na íntegra, clicando Doc. CNBB 94