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DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL 2011-2015 – DGAE
O Documento de Aparecida convoca a Igreja da América Latina e do Caribe a iniciar, com renovado ardor e entusiasmo, um caminho novo, centrado na vocação fundamental de todo o cristão: ser discípulo missionário de Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida. Destaca a iniciação cristã como a “maneira prática de colocar alguém em contato com Jesus Cristo e iniciá-lo no discipulado”.
E afirma que “ser discípulo é dom destinado a crescer”, por isso, salienta a importância do ”itinerário catequético permanente”.
Neste momento de encruzilhada da história, caracterizado por profundas e rápidas transformações em todos os campos do saber e da atividade humana, algumas questões fundamentais nos desfiam: como fazer da catequese um verdadeiro caminho de discipulado?
Ou ainda podemos nos perguntar: será que a nossa catequese é um verdadeiro caminho de discipulado? Quais as novas linguagens que precisamos utilizar para que o seguimento de Jesus e o caminho de discipulado sejam significativos e portadores de vida nova para os catequizando?
São perguntas complexas e abrangentes. Não pretendemos dar respostas prontas e acabadas, mas apenas oferecer algumas indicações para suscitar a reflexão, sem ter pretensão de esgotar o assunto.
=>Documento 94 da CNBB
DIRETRIZES GERAIS DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA NO BRASIL 2011-2015 – DGAE
Resumo prático
I – CINCO URGÊNCIAS QUE DEVEM SER VISTAS AO
MESMO TEMPO E NA TOTALIDADE.
1) Igreja em estado permanente de missão: Quem se apaixona por Jesus Cristo
deve igualmente transbordar Jesus Cristo no testemunho e no anúncio explícito
de sua Pessoa e Mensagem.
2) Igreja casa da iniciação à vida cristã: “Paulo e Silas
anunciaram a Palavra do Senhor ao carceireiro e a todos da sua casa. E,
imediatamente, foi batizado, junto com todos os seus familiares”. Atos 16,32 ss
3) Igreja é lugar de animação bíblica da vida e da pastoral: lugar onde descobrimos o contato pessoal e comunitário com a Palavra de Deus, lugar privilegiado de encontro com Jesus Cristo.
4) Igreja Comunidade feita por comunidades: deve ser uma rede de comunidades;
entre elas, as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e outras formas de novas
comunidades, cada uma vivendo seu carisma, assumindo a missão evangelizadora de
acordo com a realidade local e se articulando de modo a testemunhar a comunhão
na pluralidade.
5) Igreja a serviço da vida plena para todos, segundo João 10,10:
pessoas abandonadas, excluídas, ignoradas em sua miséria e dor. Isso contraria
o projeo do Pai e nos desafia amaior compromisso a favor da cultura e da vida.
II – O QUE FAZER?
1 – A IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE
MISSÃO
·
Dar testemunho: a própria comunidade deve ser o anúncio, irradiando a
presença de Jesus Cristo.
·
O anúncio explícito, além do testemunho, pela pregação do Evangelho;
·
Buscar os grupos que têm pouco vínculo com a Igreja;
·
Fazer missões populares, visitando locais de trabalho, moradias de
estudantes, favelas, cortiços, alojamento de trabalhadores, instituições de saude,
assentamentos, prisões, albergues, moradores de rua. A pastoral da visitação
poderia organizar esse serviço.
2 – IGREJA: CASA DA INICIAÇÃO À VIDA
CRISTÃ
·
Catequese catecumenal (Batismo, crisma, 1ª comunhão) continuada, sempre,
e não apenas na ocasião dos sacramentos;
·
Não ensinar apenas a doutrina, mas uma formação integral à vida cristã,
com a inspiração bíblica, catequética e litúrgica.
·
Valorizar, estimular e purificar as manifestações da piedade popular
católica, como terços, procissões, novenas, bênçãos festas;
·
Atendimento personalizado, diálogo interpessoal, valorizando e
respeitando a liberdade de cada um. As pessoas buscam em primeiro lugar não a
doutrina, mas o encontro pessoal fraterno e acolhedor (aliás, como o sabem bem
fazer muitas denominações religiosas não católicas);
·
Qua não haja imposição, mas persuasão, por meio do testemunho de vida e
argumentação sincera e rigorosa;
·
O Espírito santo nos precede no anúncio da Boa Nova e é o protagonista
da Evangelização.
·
Formação integral de leigos, para serem discípulos missionários: Fé e
vida, encontro com Jesus Cristo, a conversão, o discipulado, a comunhão (estar
unido a todos) e a missão. Não se reduz a cursos, mas exige também a vivência
comunitária, a participação em celebrações e encontros, a interação com os
meios de comunicação, a inserção nas diferentes atividades pastorais e espaços
de capacitação, movimentos e associações.
3 – IGREJA: LUGAR DE ANIMAÇÃO BÍBLICA DA VIDA E DA PASTORAL
·
Possuir, ler e estudar a bíblia. Aprendizagem de como lê-la;
·
A interpretação adequada dos textos bíblicos e empregá-los como mediação
de diálogo com Jesus Cristo. Capacitação bíblica.
·
Equipes de animação bíblica: retiros, cursos, encontros, subsídios para
a leitura individual, familiar e em pequenos grupos.
·
Grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas comunidades em torno à
meditação e vivência da Palavra, em relação ao seu contexto social.
·
Uso dos meios de comunicação social, incluindo a Internet, embora o
encontro pessoal permaneça insubstituível.
·
A leitura orante da Bíblia: LEITURA, MEDITAÇÃO, ORAÇÃO, CONTEMPLAÇÃO,
AÇÃO (o leitor pode ver no índice um texto especial sobre esse tipo de oração,
à direita desta folha).
·
Formação continuada dos ministros e ministras da Palavra, que devem
saber ler bem.
4 – IGREJA: COMUNIDADE DE COMUNIDADES
·
O diálogo entre as comunidades para haver perfeita comunhão, educação
para a vivência da unidade na diversidade.
·
Setorização da paróquia em unidades territoriais menores, com equipes
próprias de animação e coordenação que permitam maior proximidade com as
pessoas e grupos que vivem na região: além das CEBs, outras formas de pequenas
comunidades, de redes de comunidades, de movimentos, grupos de vida, de oração
e de reflexão da Palavra de Deus.
·
Para isso é preciso:
·
a) diversificar os ministérios leigos. Abrir espaço para eles;
·
b) aproveitar de modo inteligente o carisma da vida consagrada;
·
c) comissões, assembleias paroquiais, conselhos;
·
d) pastoral orgânica e de conjunto: planejamento com a participação de
todos os membros da comunidade eclesial na projeção da ação, tanto no processo
de discernimento como na tomada de decisão;
·
As paróquias irmãs.
5 – IGREJA A SERVIÇO DA VIDA PLENA PARA
TODOS
·
Práticas que ajudem a vida a desabrochar e florescer em toda a sua
plenitude;
·
Por meio de uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral,
defender, cuidar e promover a vida em todas as suas expressões;
·
A dignidade da pessoa humana:
·
a) defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da
existência, desde a fecundação até a morte natural;
·
b) tratar o ser humano como fim e não como meio, respeitando-o em tudo
que lhe é próprio: corpo, espírito e liberdade;
·
c) tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação, acolhendo,
perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa, tendo presentes as
condições materiais e o contexto histórico, social, cultural em que cada pessoa
vive;
·
Pastoral familiar intensa, vigorosa e frutuosa;
·
maior atenção às crianças, aos adolescentes e aos jovens;
·
presença na vida dos trabalhadores e trabalhadoras,nos seus lugares de
trabalho, sindicatos, associações de classe e no lazer, de modo evangélico;
·
lutar contra o desemprego e o subemprego;
·
atender os migrantes de modo geral e atentar para as explorações que
sofrem.
·
Promover uma sociedade que respeite as diferenças, combatendo o
preconceito e a discriminação nas diversas esferas, efetivando a convivência
pacífica das várias etnias, culturas e expressões religiosas, o respeito das
legítimas diferenças;
·
inclusão social e o reconhecimento dos direitos das populações indígena
e africana;
·
a preservação da natureza e o cuidado com a ecologia humana;
·
preservação da água, do solo e do ar. Desenvolvimento sustentável;
·
participação social e política dos cristãos leigos nos diversos níveis e
instituições, com formação plena e ações concretas;
·
buscar políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao
bem-estar de pessoas, famílias e povos, segundo a Doutrina Social da Igreja.
Dar atenção especial à pastoral carcerária;
·
formação de pensadores e pessoas que estejam em níveis de decisão:
evangelizar o mundo universitário; o mundo da comunicação, o mundo empresarial,
político e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e
comunitários, disponibilizando e formando pessoas que se dediquem a ser
presença significativa nestes meios; também a pastoral da cultura;
·
evangelização que aproxime a fé e a razão, através do diálogo atento,
atualizado e corajoso com as pessoas de hoje;
·
adesão intelectual à Revelação;
·
conhecimento e aplicação da Doutrina Social da Igreja;
III – INDICAÇÕES DE OPERACIONALIZAÇÃO
PASSOS METODOLÓGICOS
1º PASSO: Onde estamos
2º PASSO: Onde precisamos estar. Esses
serviços se devem dar no âmbito da pessoa, no âmbito da comunidade, no âmbito
da sociedade:
a) Serviço da Palavra
b) Serviço da Liturgia
c) Serviço da Caridade
3º PASSO: Nossas urgências pastorais
(confira no número I)
4º PASSO: O que queremos alcançar;
5º PASSO: Como vamos agir;
6º PASSO: O que vamos fazer
(Programação, que é muito mais do que um cronograma de ações).
7º PASSO: A renovação das estruturas
(da própria Igreja): Ação (assembléias e conselhos), Mecanismos de coordenação
(das equipes de coordenação de âmbitos eclesiais e de serviços específicos) e
dos primeiros responsáveis (bispo, pároco, coordenadores); renovação da
paróquia (atitude que deve ser constante).
Conheça o Documento na íntegra, clicando Doc. CNBB 94