O secretário geral da Conferência
Episcopal Italiana, dom Nunzio Galantino, inicia hoje, 6 de agosto, visita
pastoral à Jordânia, por ocasião do Dia Internacional de Oração pelos Cristãos
Perseguidos no Oriente Médio. A viagem marca um ano da chegada dos refugiados
ao país, em 8 de agosto de 2014, sendo um convite do patriarca de Jerusalém dom
Fouwad Twal e do vigário patriarcal para a Jordânia, dom Maroun Lahhan.
Em carta enviada por meio do secretário
geral, dom Galatino, o papa Francisco recordou “que os perseguidos e oprimidos
pela violência, foram obrigados a abandonar as suas casas e a sua terra”. O
pontífice disse também que as pessoas perseguidas por causa da fidelidade ao
Evangelho podem ser consideradas mártires.
“Várias vezes quis dar voz às atrozes,
desumanas e inexplicáveis perseguições a quem em tantas partes do mundo, e
sobretudo entre os cristãos, é vítima do fanatismo e da intolerância, muitas
vezes sob os olhos e no silêncio de todos”, escreveu o papa.
Francisco deseja, ainda, que os
cristãos possam “ser o sinal de uma Igreja que não esquece e não abandona os
seus filhos exilados por causa da sua fé”.
Acolher os refugiados
Segundo dados divulgados, em junho
deste ano, pela Agência da ONU para refugiados (Acnur), o número de refugiados
atingiu 59,5 milhões em 2014. O crescimento registrado é o maior desde 2013,
considerando que mais de 2,5 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas
no Iraque em 2014, onde grande parte da população refugiou-se na região
autônoma do Curdistão iraquiano. Cerca de 14 milhões de pessoas foram expulsas
de suas casas no Iraque e na Síria.
Na carta aos refugiados iraquianos,
presentes neste momento na Jordânia, o papa Francisco faz votos de que a
opinião pública mundial possa estar cada vez mais atenta, sensível e partícipe
diante das perseguições realizadas contra os cristãos e, mais em geral, contra
as minorias religiosas. “Renovo o desejo de que a Comunidade Internacional não
permaneça em silêncio e inerte diante de tal inaceitável crime”, disse.
Ao final, agradeceu às comunidades que
souberam acolher os irmãos refugiados. “Vocês anunciam a ressurreição de Cristo
com a partilha da dor e com a ajuda solidária que prestam às centenas de
milhares de refugiados; com o seu a inclinar-se sobre os seus sofrimentos, que
correm o risco de sufocar suas esperanças; com o seu serviço de fraternidade,
que ilumina também momentos tão escuros da existência. E a invocação que o
Senhor recompense a todos, como somente Ele pode fazer, com a abundância de
seus dons”, disse.