Um critério simples e eficaz para saber se uma
novela é boa ou ruim para você
Pe. Henry Vargas Holguín
Na vida há coisas que são intrinsecamente más;
outras coisas são sempre boas; e, finalmente, existem coisas que não são, em si
mesmas, nem boas nem ruins: são simplesmente coisas, situações ou
circunstâncias. É precisamente neste último grupo que podemos incluir a televisão e o que ela nos apresenta: seriados, novelas, programas etc.
Deus é o nosso fim último e nele se encontra a
nossa perfeição. Assim, uma coisa será boa se aproxima você de Deus, e será
ruim se o afasta dele. Este é o critério
mais simples e eficaz para discernir.
As novelas e seriados podem ser considerados ruins na medida em que forem o começo de mudanças negativas de comportamento individual e coletivo.
É preciso dedicar uma atenção especial às repercussões dos programas, sobretudo nas crianças e adolescentes, nos casos
em que a consciência for manipulada. A falta de maturidade pode levar as
novelas a distorcer a visão da realidade e aumentar os níveis de estresse,
prejudicando a saúde mental e emocional.
Mas a "maldade" das novelas não está nas
novelas em si, nem nos produtores ou atores. Eles simplesmente trabalham. Levar
uma novela à televisão não é mau em si, como tampouco há maldade ou má intenção
na criação de uma novela, em geral.
As novelas são boas na medida em que geram
empregos, permitem o desenvolvimento na carreira dos envolvidos, promovem o
talento dos atores, divertem o público etc.
Mas então qual é o lado negativo das novelas, seriados e filmes?
- As crianças e adolescentes tendem a imitar o que
veem nas novelas, normalmente mais carregadas de valores negativos que
positivos; e concebem as novelas como ações normais da vida diária.
- A violência vista na televisão pode levar a
desenvolver comportamentos agressivos. As novelas podem mostrar a violência
como única forma de solucionar problemas, promovendo o ódio, e não a
importância do perdão.
- As novelas costumam banalizar o sexo e fazer do
seu mau uso uma moda. Podem incentivar a promiscuidade sexual, a prostituição e
a gravidez indesejada. O adultério também costuma ser mostrado como algo comum
e normal.
- Em certos casos, há um incentivo à bruxaria,
ocultismo, dinheiro fácil, corrupção. Promove-se a ideia de que o fim justifica
os meios.
- Também é frequente facilitar o uso, nas famílias
(e, consequentemente, na sociedade) de um mau vocabulário e da falta de
respeito.
- Em muitos casos, a televisão leva a paralisar as
atividades cotidianas, promovendo a perda de tempo e a evasão da realidade.
- Os cenários costumam ser repletos de luxo,
comodidade, dinheiro, e isso pode levar o telespectador a sentir-se frustrado
por não ter alcançado este "ideal" da vida.
- Ao se comparar com o que vê na televisão, as
pessoas podem crescer em insegurança pessoal e criar uma imagem distorcida de
si mesmas.
- Também podem facilitar a perda do critério
pessoal, da personalidade, quando se imitam os personagens, nomes e estilos de
vida.
- Os roteiros e tramas costumam conter erros de
coerência e se chega a cair no ilusório e até no ridículo.
Se alguém se sentiu negativamente impactado pelas
novelas em algum momento da vida ou de alguma maneira, tampouco tem de colocar
a culpa na novela em si, porque provavelmente o que lhe faltou foi maturidade ao receber seu conteúdo.
Para
concluir, cabe recordar o critério mencionado
no início para ajudar a determinar se algo é bom (quando nos aproxima de Deus)
ou ruim (quando nos afasta de Deus), o que se aplica a muitas realidades da
vida – também às novelas e demais programas de televisão.* Fonte: http://www.aleteia.org/pt/