Papa Francisco em Assis
Nesta sexta-feira, 4
de outubro, o papa Francisco realizou visita a Assis, cidade de São Francisco.
Ele chegou antes do horário previsto e sua primeira atividade foi um encontro
comovente com os doentes e as crianças com deficiência na igreja do Instituto
Seráfico.
“Aqui, Jesus está
escondido nesses jovens, nessas crianças, nessas pessoas. No altar, adoramos a
Carne de Jesus. Neles, encontramos as chagas de Cristo – que precisam ser
ouvidas talvez não tanto nos jornais, como notícias... Esta é uma escuta que
dura um, dois, três dias. Devem ser ouvidas por aqueles que se dizem cristãos.
O cristão adora e busca Jesus e sabe reconhecer as suas chagas. A Carne de
Jesus são as suas chagas nessas pessoas”, disse o papa, num discurso
improvisado.
Em seguida, Francisco
seguiu para o Santuário de São Damião, onde foi acolhido pelo ministro-geral da
Ordem Franciscana dos Frades Menores, frei Fr. Michael Perry, e pela comunidade
do Convento. Dali, seguiu para a sede episcopal, onde realizou uma visita
histórica – a primeira de um pontífice em 800 anos. No bispado, encontra-se a
Sala da Espoliação, onde São Francisco renunciou aos bens paternos para
consagrar-se a Deus. Nesta sala, o papa reuniu-se com um grupo de pessoas
assistidas pelas oito Caritas diocesanas.
Em seu discurso,
Francisco recordou o luto em toda a Itália, neste dia, por conta da trágico
naufrágio em Lampedusa. “Hoje, é um dia de lágrimas. É o espírito do mundo que
faz essas coisas”, explicou o papa, que usou palavras fortes para quem se deixa
levar por este espírito: “É realmente ridículo que um cristão verdadeiro, que
um padre, um freira, um bispo, um cardeal, um papa, queiram percorrer esta
estrada do mundo, é uma atitude homicida. O mundano mata, mata a alma, as
pessoas, mata a Igreja. Hoje, aqui, peçamos a graça para todos os cristãos. Que
o Senhor nos dê a coragem de nos espoliar do espírito do mundo, que é a lepra e
o câncer da sociedade, é o câncer da revelação de Deus. O espírito do mundo é o
inimigo de Jesus", disse.
Missa
Em seguida,
Francisco presidiu a missa na praça de São Francisco. Antes, o papa
desceu à cripta da basílica e acompanhado por frades das quatro ordens
franciscanas, levou três rosas brancas ao túmulo de São Francisco, diante do
qual se ajoelhou e rezou por alguns minutos. Participou da celebração o
primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, com quem Francisco conversou
amigavelmente.
“Paz e Bem!”, começou
o papa em sua homilia. Em primeiro lugar, frisou que o caminho de Francisco
para Cristo começou do olhar de Jesus na cruz. “O santo se deixou olhar por Ele
no momento em que deu a vida por nós e nos atraiu para Ele. Naquele instante,
Jesus não tinha os olhos fechados, mas bem abertos: um olhar que lhe falou ao
coração”.
:“Quem se deixa olhar
por Jesus crucificado fica recriado, torna-se uma nova criatura. E daqui tudo
começa: é a experiência da Graça que transforma, de sermos amados sem mérito
algum, até sendo pecadores”, prosseguiu.
O papa recordou que
quem segue a Cristo recebe a verdadeira paz. “A paz franciscana não é um
sentimento piegas, não é uma espécie de harmonia panteísta com as energias do
cosmos... Também isto não é franciscano, mas uma ideia que alguns formaram. A
paz de São Francisco é a de Cristo, é a de quem assume o seu mandamento:
Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. E este jugo não se pode levar com
arrogância, presunção, orgulho, mas apenas com mansidão e humildade de
coração", ressalvou o pontífice, pedindo a São Francisco que nos ensine a
ser «instrumentos da paz»”.
No final da missa,
houve a cerimônia tradicional da oferta do azeite para a lâmpada votiva. Depois
de almoçar com os pobres assistidos pela Cáritas e visitar o quarto de São
Francisco, papa Francisco continuou sua peregrinação em Assis: realizou um
encontro com o clero, a veneração do corpo de Santa Clara, a oração diante da
cruz de São Damião, a visita à porciúncula da basílica de Santa Maria dos
Anjos, o encontro com os jovens, a visita à cabana de São Francisco.
*Fonte: CNBB
*Fonte: CNBB
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