Papa: ter
piedade não é fazer cara de santo, mas servir os irmãos
O dom da piedade não se identifica
com sentir compaixão por alguém, mas indica a nossa pertença a Deus e o nosso
elo profundo com Ele
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Cerca de 40 mil
fiéis lotaram a Praça S. Pedro esta manhã para a audiência geral.
Sob um sol de verão, o Papa percorreu toda a Praça a bordo do seu papamóvel por cerca de 30 minutos para saudar a multidão em festa.
Sob um sol de verão, o Papa percorreu toda a Praça a bordo do seu papamóvel por cerca de 30 minutos para saudar a multidão em festa.
Nesta quarta-feira,
o Papa Francisco retomou sua catequese sobre os dons do
Espírito Santo, para falar desta vez sobre a piedade –
“dom que muitas vezes é incompreendido ou considerado de modo superficial”,
disse o Papa.
"É preciso
esclarecer logo que este dom não se identifica com sentir compaixão por alguém,
mas indica a nossa pertença a Deus e o nosso elo profundo com Ele – um elo que
dá sentido à nossa vida", explicou.
Longe de ser um
dever ou imposição, a piedade garante que a nossa relação com
Deus brote genuinamente do nosso coração: o Espírito Santo nos leva
a perceber a presença de Deus e todo o seu amor, o que suscita em nós gratidão
e louvor, e nos faz viver como seus filhos.
Por outro lado, se
a piedade nos faz crescer na relação e na comunhão com Deus,
ao mesmo tempo nos ajuda a dirigir este amor também aos outros. E então seremos
movidos por sentimentos de piedade – não de pietismo!.
"Por que não
digo pietismo? Porque algumas pessoas pensam que ter piedade é
fechar os olhos e fazer cara de santo. Fazer de conta que é um santo. Mas este
não é o dom da piedade. É o que nos torna capazes de alegrar-nos
com quem se alegra, chorar com quem chora, estar próximo de quem está só ou
angustiado, corrigir quem está no erro, consolar quem está aflito, acolher quem
passa necessidade. Há uma relação muito estreita entre o dom da piedade e
da mansidão, que nos faz tranquilos, pacientes, em paz com Deus: a serviço com
mansidão dos outros."
O Papa então
concluiu:
"Peçamos ao
Senhor que o dom do seu Espírito possa vencer o nosso temor e
as nossas incertezas, e também o nosso Espírito inquieto, impaciente. E possa
nos tornar testemunhas alegres de Deus e do seu amor, adorando o Senhor em
verdade e também nos serviços ao próximo, com mansidão e com o sorriso que
sempre nos dá na alegria o Espírito Santo. Que Ele nos dê a todos este dom da
piedade."
Entre os inúmeros
fiéis e peregrinos oriundos de várias partes do mundo, do Brasil havia grupos
de Brasília e do Caminho Neocatecumenal de São Carlos e Jundiaí (SP), que assim
foram saudados por Francisco:
"Queridos
amigos vindos de Angola, do Brasil e outros países de língua portuguesa: sejam
bem-vindos! Diante dos desafios e dificuldades da vida, peçamos ao Senhor o dom
da piedade, para que possamos permanecer sempre firmes no
testemunho alegre da nossa fé cristã. Que Deus vos abençoe!"
O Pontífice saudou
de modo especial os jovens poloneses reunidos em Lednica, para renovar sua
adesão a Cristo e à Igreja. “Queridos jovens, sejam corajosos! Respondam com
entusiasmo ao amor de Deus como filhos prediletos. Que S. João Paulo II, que iniciou
com vocês o caminho de Lednica 18 anos atrás, os guie e lhes obtenha todas as
graças necessárias para que suas vidas sejam plenas e generosas.”
(Publicado
originalmente pela Rádio Vaticano)