Por que o uso da maconha não deve ser legalizado?
Assiste-se,
hoje, a uma campanha mundial para a legalização do uso da maconha. Diante
disso, o que devem pensar os homens de boa vontade?
Para
defender a legalização, argumenta-se que, ainda que seja uma droga e cause
dependência, a maconha não é tão potente como outras substâncias; e estaria
comprovado cientificamente que, em casos específicos, a maconha pode ser
utilizada para fins terapêuticos.
Para
responder adequadamente a esta questão, é preciso passar pelos três campos que
a legalização da maconha iria influenciar, a saber: a ética, a política e o
direito.
Primeiramente,
a questão
ética: é pecado o uso da maconha? A resposta é sim, porque ela altera o
estado de consciência da pessoa, diminuindo a sua dignidade. Quando alguém usa
maconha, fica eufórico e lábil em sua capacidade de decidir, além de perder
certa consciência de ligação com o mundo real. Por isso, é preciso uma razão
muito grave para que se legitime moralmente o seu uso.
Então,
o uso excessivo da maconha é pecado mortal e o seu uso moderado, pecado venial.
No entanto, esse pecado venial tem uma grande possibilidade de tornar-se
mortal: o uso – ainda que moderado – dessa substância pode causar escândalo
entre os mais jovens, fazer propaganda indevida, causar tristeza e desunião no
âmbito familiar, além do fato de a própria pessoa, com isso, ficar na
possibilidade iminente de um pecar gravemente. Tudo isso sem falar que a
maconha é porta de entrada para outras drogas.
Segundo,
a questão
política. Olhando objetivamente para certas campanhas políticas em torno
dessa causa, é possível perceber que as pessoas que se engajam na luta pela
legalização da maconha são, estranhamente, as mesmas que pedem a proibição do
uso do tabaco. O que está por trás disso? Trata-se de uma estratégia de
manipulação, de engenharia social. Uma sociedade que usa maconha,
diferentemente de uma que usa tabaco, é entorpecida. Enquanto o tabaco promove
um desempenho melhor do cérebro – a nicotina, que é seu princípio ativo, faz
que se pense com mais agilidade – a maconha imerge quem a usa num torpor, que a
deixa vulnerável para ser manipulada.
Olhando
por esse aspecto, a campanha pela legalização da Cannabis não parece muito
sadia para o bem comum. Então, politicamente falando, trata-se de uma proposta
inviável. Não é preciso muita perspicácia para prever que o uso da maconha irá
corromper o tecido social, tornando as pessoas objeto de fácil manipulação e de
engenharia social.
Por
terceiro, examina-se a questão jurídica. O direito é o ponto de
convergência entre a ética e a política. Trata-se do “mínimo moral” que uma
sociedade sanciona e penaliza para preservar o bem comum. Nem todo pecado é
crime, mas aquelas condutas pecaminosas que atingem diretamente a sociedade e o
bem comum são normalmente penalizadas pelo direito. Ora, o uso da maconha – que
é um pecado, como já colocado – tem a característica de desagregar a sociedade
e contribuir para o mal. Por isso, juridicamente falando, os legisladores
deveriam proibir o seu uso.
É
preciso esclarecer não se pode comparar a criminalização do uso da maconha a
uma restrição abusiva ao consumo do álcool. O uso deste nem sempre é pecaminoso
– é possível consumir álcool de forma moderada e adequada, sem que isso seja
pecado –, posto que não tem a finalidade primária de entorpecimento, ao
contrário do uso da Cannabis que, mesmo consumido de modo moderado, altera a
consciência do homem e obnubila a sua capacidade de decisão.
Os
argumentos aqui expostos prescindem de quaisquer argumentos de autoridade
religiosa. Para concluir que a legalização da maconha não servirá ao bem comum,
basta que qualquer pessoa de boa vontade recorra tão somente ao uso da reta
razão.