6 de jan. de 2014

Padre Raniero Cantalamessa indica os leigos como novos evangelizadores

(Cidade do Vaticano) -  Na ocasião de sua quarta pregação diante do Papa Bento XVI, o Pe. Raniero Cantalamessa explicou como reacender a fé nos corações dos homens e indicou os leigos como protagonistas da Nova Evangelização.
Diante do mundo ocidental secularizado e em alguns aspectos pós-cristão, o Pregador da Casa Pontifícia se questionou: “Quem sabe a fé cristã não deva voltar para a Europa, a partir dos países que foram por estes uma vez evangelizados; mas desta vez não a partir do Norte, como depois das invasões bárbaras, mas a partir do Sul.”
Ecoando as palavras que o Santo Padre falou sobre a fé encontrada na África, “mais vibrante e intensa do que aquela encontrada no Ocidente agora”, Pe. Cantalamessa indicou o surgimento de uma nova categoria de anunciantes: “os leigos”.
“Não se trata- ele explicou - da substituição de uma categoria por outra, mas de um novo componente do Povo de Deus que, vem somar aos outros, permanecendo sempre os Bispos, liderados pelo Papa, os guias competentes e responsáveis últimos pela tarefa missionária da Igreja.”
De acordo com o Pregador da Casa Pontifícia, a tarefa principal é ajudar “a humanidade a estabelecer um relacionamento com Jesus."
O Evangelho de Lucas relata que foram 72 os primeiros apóstolos que Jesus enviou em missão.
E São Leão Magno, comentando, escreve que “Jesus enviou os 72 ‘dois a dois’, porque em menos de dois não pode haver amor” e, é a partir do amor que os homens podem reconhecer que somos seus discípulos.
“Isso vale para todos - disse Cantalamessa - mas de maneira especial para os pais”, por isso são determinantes as famílias missionárias.
"A parábola da ovelha perdida - acrescentou – se apresenta atualmente invertida: 99 ovelhas estão longe e uma manteve-se à oliveira. O perigo é passarmos o tempo todo a cuidar daquela única que permaneceu, e não ter tempo, até mesmo pela escassez do clero, de ir à busca das perdidas. Isso revela a contribuição providencial dos leigos”.
E, ainda assim, "Jesus queria que seus apóstolos fossem pastores de ovelhas e pescadores de homens. Para nós, o clero, é mais fácil ser pastores que não pescadores, isto é, nutrir com a palavra e os sacramentos aqueles que vêm à igreja, do que não andar em busca dos distantes, nos mais diferentes ambientes da vida”.
Sobre as razões da eficácia dos leigos e dos movimentos eclesiais, o Pregador da Casa Pontifícia, citou um famoso canto espiritual dos negros, intitulado "There is a balm in Gilead”, que diz: "Se não sabe pregar como Pedro; não sabe pregar como Paulo, vai para sua casa e diga aos seus vizinhos: Jesus morreu por nós!”
É reconfortante aos irmãos leigos, lembrar que ao redor do berço de Jesus, além de Maria e José, estavam seus representantes, os pastores e os reis magos”.
E concluiu – “tudo começou com aquele Menino na manjedoura” e “Cristo nasce hoje, porque ele realmente nasce para mim quando eu reconheço e acredito no mistério. (...) Vem, Senhor, e salva-nos!”

Por Antonio Gaspari