“A
ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a
intervenção de Deus Pai”, afirmou o Papa Francisco nesta quarta-feira (16)
A
ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a
intervenção de Deus Pai: palavras de Francisco na Audiência Geral da manhã
desta quarta (16), na Praça S. Pedro.
Antes da
catequese, o Pontífice fez o giro da Praça de papamóvel, para saudar os mais de
30 mil fiéis e peregrinos provenientes de várias partes do mundo.
Ao tomar
a palavra, Francisco falou da liturgia do dia, que nos apresenta a narração da
traição de Judas, como se Jesus tivesse um preço e estivesse num mercado. Este
ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele
escolhe com absoluta liberdade e que atinge o ponto mais profundo na morte de
cruz: morre como um derrotado, um falido!
Olhando
Jesus na sua paixão, nós vemos como num espelho os sofrimentos da humanidade e
encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte. Tantas
vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos
como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando
vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este
mal, este sofrimento sobre si.
Nós
esperamos que Ele, na sua omnipotência, derrote a injustiça, o mal, o pecado e
o sofrimento com uma vitória divina triunfante. Ao contrário, Deus nos mostra
uma vitória humilde, que humanamente parece uma falência.
Mas,
aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a. “Vence na falência”,
explicou o Papa. Trata-se de um mistério desconcertante Se, depois de todo o
bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não
teria mostrado a medida total do seu amor. A falência histórica de Jesus e as
frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus
realiza a nossa salvação. É uma estrada que não coincide com os critérios
humanos; pelo contrário, inverte-os: pelas suas chagas fomos curados.
Quando
tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição.
A
ressurreição de Jesus não é o final feliz de uma linda fábula, mas a
intervenção de Deus Pai, quando toda a esperança humana já tinha desmoronado. E
também nós somos chamados a seguir Jesus por este caminho de humilhação.
Quando
acontecer que, mergulhados na mais densa escuridão, não vemos qualquer via de
saída para as nossas dificuldades, então é o momento da nossa humilhação e
despojamento total, é a hora em que experimentamos como somos frágeis e
pecadores. “Nesse momento, não devemos mascarar a nossa falência, mas, cheios
de confiança em Deus, abrir-nos à esperança, como fez Jesus”, prosseguiu.
O Papa
então concluiu sua catequese com um conselho:
Queridos
irmãos e irmãs, nesta semana nos fará bem pegar o crucifixo nas mãos e beijá-lo
muitas vezes. E dizer: obrigado Jesus, obrigado Senhor.
Fonte: Rádio Vaticano