Brasileiro curado por Madre Teresa diz que não se sente "privilegiado"
O brasileiro Marcilio Haddad
Andrino, que foi curado por um milagre atribuído à Madre Teresa de Calcutá e o
escolhido para que a freira seja proclamada santa, afirmou que "Deus é
misericordioso e quer o bem de todos" e que não se considera "um
privilegiado".
"Hoje aconteceu comigo, amanhã acontecerá com outro. Deus é misericordioso e quer o bem de todos. Não me considero um privilegiado", respondeu Marcilio, que participou nesta sexta-feira (2) de uma entrevista coletiva no Vaticano para detalhar a canonização de Madre Teresa no domingo.
"Hoje aconteceu comigo, amanhã acontecerá com outro. Deus é misericordioso e quer o bem de todos. Não me considero um privilegiado", respondeu Marcilio, que participou nesta sexta-feira (2) de uma entrevista coletiva no Vaticano para detalhar a canonização de Madre Teresa no domingo.
O engenheiro, de 43 anos, se
apresentou acompanhado da esposa, Fernanda Rocha, e com a ajuda de um tradutor
relatou detalhes de sua história de cura. Por trás de cada canonização, além da
história da santa ou do santo, há sempre uma história surpreendente -
inexplicável na visão da medicina - como a relatada pelo brasileiro.
Marcilio contou que um dia, há
alguns anos, se levantou enjoado, experimentando sintomas como perda de equilíbrio
e visão confusa, e acabou desmaiando. Para ele, que nasceu em São Paulo (SP) e
mora no Rio de Janeiro, foi nesse momento em que sua vida mudou completamente.
Na mesma época, ele decidiu se casar com Fernanda. Os dois tinham se conhecido em 2000 e ela o "levou literalmente nos braços ao altar porque estava muito fraco".
Na mesma época, ele decidiu se casar com Fernanda. Os dois tinham se conhecido em 2000 e ela o "levou literalmente nos braços ao altar porque estava muito fraco".
Em 2008, pouco depois do
casamento, Marcilio foi hospitalizado e diagnostico com hidrocefalia e uma
infecção rara no cérebro. Depois de ser tratado durante um mês com antibióticos
não houve melhoras.
Segundo ele, desde que foi
internado, sua esposa começou a rezar "a Deus e à Madre Teresa, pois uma
ex-chefe dela tinha se curado de um aneurisma cerebral rezando para ela".
"A situação não melhorava,
mas mesmo assim continuávamos rezando e colocando mais intensidade",
explicou.
Os médicos então decidiram
operá-lo, apesar de a intervenção ser muito perigosa. Na noite anterior à
cirurgia, "após um grande sofrimento, consegui dormir bem".
"Me levantei e não tinha dor
de cabeça. Sentia uma grande paz interior. Perante a falta de dor, os médicos
me disseram que não iam me operar e que deixariam o procedimento para o dia
seguinte", lembrou.
Ele nunca foi operado: "Os
abscessos reduziram em 70% e a hidrocefalia tinha desaparecido. Três dias depois
fizemos mais uma análise. Não havia qualquer rastro dos abscessos. Compreendi
que ela tinha me curado", afirmou.
Ao milagre de sua cura se soma o
de ter podido ser pai, pois os médicos lhe disseram que "com todos os
remédios que tinha tomado a probabilidade de ter filhos era de 1%",
acrescentou.
"Seis meses depois de sair do hospital, após uma breve reabilitação, voltei ao trabalho e um mês depois a Fernanda começou a se sentir mal. Fomos ao médico e descobrimos que ela estava grávida", contou.
"Seis meses depois de sair do hospital, após uma breve reabilitação, voltei ao trabalho e um mês depois a Fernanda começou a se sentir mal. Fomos ao médico e descobrimos que ela estava grávida", contou.
Com seus dois filhos, Mariana, de
seis anos, e Murilo, de quatro, agora todos rezam juntos por Madre Teresa. Ao
serem perguntados como se sentem, principalmente estando em Roma, o casal diz:
"Estamos muito agradecidos".
No domingo, eles participarão da
cerimônia de canonização de Madre Teresa de Calcutá na Praça de São Pedro. O
outro milagre contabilizado foi o de Monica Besra, uma indiana de 34 anos que
tinha um câncer no abdômen e foi que foi curada em 1998, milagre eleito para a
beatificação.
Estes são os dois milagres
requeridos pela Igreja Católica para poder tornar santa Anjeze Gonxhe Bojaxhiu,
o nome de batismo da mulher que nasceu em 1910 em Skopje, então pertencente ao
Império Otomano, e que para muitos já era santa em vida.