Lisboa, 05 dez 2013 (Ecclesia) – O patriarca de
Lisboa considera que o Papa Francisco, na sua primeira exortação apostólica,
faz um apelo “à Igreja, à sociedade em geral e à política internacional” a “não
ficar dentro do seu ciclo e do seu círculo”.
“Quer em relação à Igreja, às comunidades cristãs,
quer em relação à sociedade em geral, até mesmo política internacional, o apelo
pode-se resumir a esta questão de ‘sair de si’, ou seja, não ficar dentro do
seu ciclo e do seu círculo mas olhar para os outros”, começa por explicar à
Agência ECCLESIA D. Manuel Clemente, sobre a ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do
Evangelho).
O patriarca de Lisboa explicou que o Papa Francisco
pede aos países que têm mais têm mais disponibilidade que a partilhem, mesmo em
termos de riqueza “de pensamento e know-how”, que “olhem para
aqueles que não têm disponibilidade nenhuma e nem conseguem ser países
propriamente ditos”.
“Não nos conformemos com o mal dos outros fazendo
aqui uma barreira que é até uma barreira até psicológica de não nos
preocuparmos, é precisamente o contrário”, acrescenta.
Para D. Manuel Clemente, a exortação do Papa
apresenta o “sentido de missão” para as comunidades cristãs e para as
sociedades onde “consegue encontrar palavras e frases fortes, acutilantes que
não deixam adormecer” mas despertam em tal sentido”.
Neste momento de crise financeira que afeta a
sociedade - pessoas, instituições e empresas - o contributo do cristão deve
materializar-se através do exemplo de Jesus, na parábola do “Bom Samaritano”
onde para além de ajudar o interlocutor também deixa “disposições em termos de
futuro, para a convalescença do sinistrado”, o que é “muito indicativo” do que
deve ser a “atitude básica do cristão na sociedade”.
“Aproximar-se das necessidades básicas dos outros e
comprometer-se diretamente na sua resolução, a si e a outros”, explica o
presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
D. Manuel Clemente
para esta aproximação, comprometimento e ação social destaca quatro princípios
fundamentais da Doutrina Social da Igreja, inspirados em atitudes de Jesus, “a
dignidade da pessoa humana, o bem comum, a subsidiariedade e a solidariedade”.
D. Manuel Clemente destaca importância das orientações de Francisco e da Doutrina Social da Igreja